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Sob protestos de agentes, senado aprova MP que beneficia delegados

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Em meio a protestos de peritos e agentes da Polícia Federal, o Senado aprovou nesta terça-feira (11) medida provisória que regulamenta o ingresso na carreira e a escolha do diretor-geral da Polícia Federal. A medida determina que somente delegados da PF de classe especial (último nível da carreira) podem assumir o cargo de diretor-geral da instituição.

Atualmente, o presidente da República pode indicar para o cargo qualquer pessoa de sua confiança. Com a aprovação, o texto segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.

Além dos agentes, membros do Ministério Púbico também pressionaram o Congresso contra a aprovação da medida provisória porque consideram que ela dá mais autonomia à polícia e fortalece o modelo de investigação através dos inquéritos policiais –considerados por eles como burocráticos e ineficientes.

Pelo projeto, os delegados serão "responsáveis pela direção das atividades do órgão [PF] e exercem função de natureza jurídica e policial", o que na interpretação dos agentes abre caminho para que somente delegados ocupem cargos de direção, comissão e chefia.

A MP também determina que o ingresso na carreira de delegado deve ocorrer mediante concurso público, restrita a bacharéis de Direito com pelo menos três anos de atividade jurídica ou policial comprovada.

Enquanto os delegados aplaudiram a aprovação da MP, os agentes que acompanharam a votação nas galerias do plenário proferiram gritos acusando o Senado de "acabar" com a Polícia Federal. "Isso é uma vergonha, a maior vergonha que o Senado já cometeu", gritou um dos agentes.

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federal, Jones Borges Leal, disse que a MP vai abrir uma crise na entidade, com a possibilidade de greve de agentes, papiloscopists e peritos em breve.

"A Polícia Federal é hoje uma bomba prestes a explodir. Eu desejo que não [exploda], mas em breve teremos tragédias nos moldes daquelas que acontecem nos Estados Unidos. Vamos nos reunir e decidir o que fazer", afirmou.

Relator da MP, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que há o compromisso da presidente Dilma Rousseff de encaminhar uma nova redação da medida provisória assegurando que os cargos de chefia e confiança serão também preenchidos pelas demais carreiras, e não apenas por delegados.

"Vamos aprovar a MP da forma como esta, mas o governo se compromete a esse parágrafo, no futuro, ajustar para não deixar nenhuma dúvida futura sobre o preenchimento de cargos da PF", disse Jucá.

O presidente da ADPF (Associação dos Delegados da Polícia Federal), Carlos Eduardo Sobral, negou que a categoria tenha a pretensão de ocupar todos os cargos de comando da instituição. "Nunca tivemos essa pretensão. No processo de nossas atividades, há espaço para chefias das unidades. Cada um tem o seu espaço, mas quem dirige a instituição é um delegado", afirmou.

Folhapress
Senador José Sarney (PMDB-AP) aproveita sessão para desenhar corpo de uma mulher enquanto colegas discursavam na tribuna
Sarney aproveita sessão para desenhar corpo de uma mulher enquanto colegas discursavam na tribuna

PROCURADORES

Para integrantes do Ministério Público, a medida fortalece a classe dos delegados e, consequentemente, os inquéritos policiais, que, para o Ministério Público Federal, deveriam ser substituídos por procedimentos técnicos, tendo procuradores no comando das investigações.

Jucá admitiu que houve pressão dos procuradores na semana passada, mas disse que o MPF não apresentou proposta alternativa ao texto já aprovado pela Câmara, o que manteve a votação esta semana, sem mudanças no texto.

Aprovada pela Câmara no último dia 30, a medida tramitou de forma acelerada pelo Legislativo se comparada com o ritmo de outras medidas provisórias, uma vez que o texto foi editado pelo governo no dia 14 de outubro.

"Tamanha celeridade causa estranheza, considerando que um número significativo de servidores da PF (agentes, escrivães, peritos e papiloscopistas) não foram ouvidos pelos parlamentares da comissão especial", afirma a nota divulgada por entidades de procuradores.

A MP teve o aval de partidos aliados do governo e da oposição que, apesar de criticarem a redação da matéria, votaram pela sua aprovação de forma simbólica (sem registro de votos no painel). "Considero essa MP um ato desastrado. Mas esse artigo que submete o ingresso na carreira de delegado da PF à condição de pelo menos três anos de prática jurídica ou policial. É uma inovação positiva da lei", disse o líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP).

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